CHICOTE DO BOM? – Caso de racismo no Colégio Agnes revolta comunidade no Trapiche

A professora de gramática Thaynara Cristina da Silva, 25, foi ofendida pela dona do Colégio Agnes em nítido caso de racismo. A proprietária Suely Dias, pediu que se alguns dos alunos, que estavam presentes em sala, fossem à Ouro Branco, cidade de Minas Gerais, e trouxessem um chicote ‘do bom’.

A finalidade do instrumento usado para domar animais seria para “fazer a professora se lembrar do tempo que tanto teme”, uma menção à escravidão negra.

“Nós do Coletivo repudiamos essa e qualquer atitude racista. A dona da escola, além de ter cometido um crime e humilhado a professora publicamente, agiu sem nenhuma ética”, destacou a entidade.

A professora deu mais detalhes sobre o ocorrido, que aconteceu dentro da sala de aula com estudantes da terceira série do ensino médio.

“Fiquei chocada e engoli o choro dentro da sala. Alguns alunos viram o quanto os comentários da diretora foram preconceituosos e chegaram a dizer isso para ela”, disse.

Thaynara Cristina ainda contou que foi até a sala dos professores, onde Suely apareceu para pedir desculpas.

“Como argumento, ela disse que tratava as domésticas da casa dela como pessoas da família, que até comiam na mesma mesa que a família dela”.

 A cada desculpa, um preconceito maior. “Falou também que ela não era racista porque poderia ter contratado uma professora branca, mas que tinha me escolhido”, lembrou a professora.

No fim, até teria surgido a proposta de Thaynara Cristina receber um terreno em Marechal Deodoro como modo de comprar seu silêncio.

“Irei registrar um boletim de ocorrência para processá-la. Tenho recebido muito apoio de advogados e entidades. Sou ativista e ensino meus alunos a lutarem contra o preconceito. Não posso decepcioná-los”, concluiu.

Os alunos da escola estão organizando um protesto nesta quarta-feira, às 12h20 na porta do colégico, que fica na rua Euricles Protásio, 130, no Trapiche.

Outro lado

Em nota compartilhada no Instagram, o colégio Agnes comentou o ocorrido: “desculpas não são suficientes para reparar a dor causada no dia de hoje. Mas gostaríamos de pedir desculpa a todos”.

A instituição de ensino também declarou que “irá tomar as medidas necessárias para o que aconteceu jamais volte a se repetir”.

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